
incertezas, lagrimas.
É querer chorar, mas ficar firme, dar um de forte, para nao ficar pior o ambiente.
É olhar ao redor e tremer
Se sou o doente e choro, fico triste, ja me perguntam se estou sentindo dor, se estou me sentindo alguma coisa.
Se respondo que estou bem, vem a pergunta, Entao porque está chorando?
Se falo que não é nada, acham que estou com dor "física" e ja querem que me mediquem.
Na recepçao e no Pronto Socorro, é uma loucura, parece que ninguém nos entende, é uma demora. Pode ter muita gente, mas enxergamos somente nós. Porque nao nos passam na frente, porque o médico está demorando, porque o médico nao olha em meus olhos, será que está me escondendo algo? Porque a enfermeira demora para me medicar, nao vê que estou sofrendo? Tenho que colher exames? mas demora algumas horas para sair o resultado e tenho que ficar esperando, vendo imaginando, sentindo.
A emergencia, além da correria, o medo é maior, entrar lá é sinal de gravidade. Se consciente, nao vejo a hora de sair dali, se acompanhante, tem que ficar do lado de fora e a agonia toma conta.
Quando o médico diz que tem que ficar internado, começa a via crusis. Por mais que ele explique que é só para ficar em observaçao, por poucos dias, não conseguimos acreditar. Ao ligar para alguém informando da hospitalizaçao, sempre ha derramamento de lagrimas.

Se a internaçao é na UTI, o medo toma conta, parece que é um local que a morte fica rondando.
Quem nunca foi ao desespero quando o médico disse que teria que internar na UTI? Por mais que médicos e enfermeiros expliquem que em uma UTI tem médicos 24 hs, a equipe de enfermagem é maior, que o que for preciso ali tem, é difícil acreditar que nao estamos correndo risco de morte, senao nao seríamos colocados ali.
Haja coraçao.
O trabalho de voluntários espirituais dentro de um hospital
Se há um ambiente que se precise de Deus é o hospital.
No hospital vemos até ateus clamando a Deus.
O voluntário espiritual na recepçao e PS terá a oportunidade de sentar ao lado do enfermo e/ou acompanhante e dar uma palavra de consolo. Poderá contar de forma rápida sua história se tiver. É sempre bom contar o que viveu, nao história de outros. de forma rápida porque no PS há uma dinamica entre consulta, sala de medicaçao e exames.
Aos que permitirem pode impor as mãos e orar por ele, respeitando aos que estao ao redor e a crença de cada um.
Em uma enfermaria o voluntário espiritual tem a oportunidade de orar e falar para um grupo. É sabido que nem todos vão aceitar, mas serão beneficiados, porque estará sendo pedido a bençao pelas pessoas e pelo local.
Na enfermaria ou no quarto a conversa é mais aberta e ha a possibilidade de participaçao dos pacientes e acompanhantes.
Uma boa dica é lembrar de pedir permissao para a imposiçao das maos e nao se ajoelhar por causa da contaminaçao do ambiente.
Em uma UTI há dois trabalhos a ser feito.
O primeiro é clamar pela cura de quem está "no leito de dor" a maioria pelas sua condiçoes nao terá uma participaçao ativa, mas eles ouvem e muito bem e também entendem, mesmo nao contactuando podem tomar uma decisao que diz respeito a ele e Deus.
O segundo e tao importante quanto, sao os familiares, os que estão acompanhando é preciso clamar a Deus para receberem forças, esperança, consolo.
Nem todas UTIs podem ficar acompanhantes, mas esses ficam do lado de fora na sala de visitas, na entrada do hospital. Estão pelos corredores chorando baixinho ou no telefone tentando consolar os outros ou sendo consolados.
As vezes acho que a dor dos familiares supera a do doente.
Ao enfermo no campo físico podemos aliviar a dor, mas a dor dos acompanhantes, familiares, amigos a dor só alivia se entrarmos no campo espiritual. Só Deus pode aliviar com a esperança.
Há um grupo grande no hospital que é esquecido. Sao os profissionais que lá trabalham.
Aos olhos de muitos somos considerados maquinas, sem sentimentos, mas nao imaginam a dor que carregamos por sermos limitados em situaçoes tao delicadas.
O fato de estarmos sempre correndo e nao verem lagrimas em nossa face, nao quer dizer que nao sentimos.
Dificilmente vamospoder parar para participar da oraçao, mas lembrem de orar por nós.
somos pessoas iguais aos que estao no leito, ou que está acompanhando. Muitas vezes vamos trabalhar com dores, cansados, preocupados porque deixamos nosso filho com febre em casa e temos que ser forte, dar um sorriso, um aperto de mao, um abraço, quando na verdade, nós que precisamos de tudo isso no momento.
Somos pessoas que também perdemos e quando nos deparamos com situaçoes que parecem a que vivemos, respiramos fundo, seguramos as lágrimas.
Somos pessoas que as vezes não conseguimos nos segurar quando perdemos algum paciente ou vemos a dor do familiar, a diferença é que temos que continuar cuidando.
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